Nas situações familiares em que a violência doméstica e o abuso de drogas têm lugar, o estudo da dinâmica emocional dos participantes é da maior importância. Além desta abordagem, o pesquisador destes fenômenos há que se debruçar sobre os aspectos socioculturais, dentre os quais o conjunto de regras formais e informais que regem o comportamento em sua sociedade, pois não se pode conceber um indivíduo sem um meio social que o constitua e o ultrapasse.
Nas manifestações destes fenômenos na realidade vivida por muitas famílias na atualidade, funções e ações socializadoras que implicam criação, expressividade ou comunicação adequada e formativa não estão disponíveis ou vêm precariamente em auxílio das pessoas envolvidas. Sem este apoio, o ato deixa de ser gesto para se tornar força e poder, a palavra deixa de portar afeto e sentido para sinalizar controle e medo.
Este trabalho se coloca como um caminho de entendimento e de (re)direcionamento das forças que permanecem, ainda que enfraquecidas, no seio da família.
O autor desenvolve um percurso teórico em que os dados disponíveis são enfocados sob a ótica da Psicologia e do Direito, buscando fazê-los trabalhar de modo conjunto para que os problemas identificados nas situações de violência e uso de drogas na família possam ser compreendidos enquanto neles se realiza uma intervenção qualificada.

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